segunda-feira, 11 de abril de 2011

“O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.”

Juventude

Social Democrata

Comissão Política de Secção de Fornos de Algodres

A vinda do Fundo Monetário Internacional, ao qual pertencemos desde 1961, tem causado muita divergência. De recordar, que o dito fundo já foi chamado a “socorrer” o nosso país por duas vezes: em 1977 e em 1983 por governos (ambos) liderados por Mário Soares. Em 1977 e 1983, o desemprego era preocupante (7% e 11% da população activa, respectivamente), a inflação era crescente (1977), os bens foram racionados (1977), a moeda nacional desvalorizou (1977) e a dívida externa era galopante (1983).

O pacote de medidas incluiu: reduções salariais, aumento de impostos, redução do investimento público e cortes nos subsídios de Natal entre outras.

O país enfrenta novas dificuldades.

Em 2009, quando a crise internacional estava a abrandar e alguns países começavam a retomar o crescimento e a equilibrar o Saldo Orçamental, o governo socialista decidiu aumentar os salários dos funcionários públicos e arrancar com alguns investimentos públicos, o que veio acentuar o desequilíbrio das contas públicas, estas medidas expansionistas seriam justificáveis se fossem direccionadas para induzir o crescimento económico, no entanto além de um défice no saldo orçamental, Portugal entrou em recessão. Antes de Setembro de 2009, todos nós recordamos o governo a anunciar que a crise acabara, quando o óbvio era que a dura realidade estava para vir. Após Setembro de 2009, na “boca do governo” o mundo mudaria umas poucas de vezes

O défice orçamental de 2009 previsto pelo Governo seria 2,2%, no início de 2010 verificou-se que tinha sido 8,6% e há pouco tempo foi revisto para 10%. Além de que a dívida externa é hoje quase 100% do PIB. É o resultado de políticas ao serviço do interesse partidário… (É bom recordar que em 2009 houve eleições!!! Por isso é que tomaram as medidas em cima enunciadas.)

Como é que os credores podem confiar num país que comete este tipo de erros? Não podem! Desde 2010 que os credores começaram a pressionar, e as taxas de juro da dívida pública dispararam.

O governo teve que tomar medidas de austeridade, e como não dispunha de maioria absoluta no parlamento, o PSD, numa atitude de responsabilidade e tentando ajudar a recuperar a credibilidade do país, apesar de ser enxovalhado em praça pública pelo próprio governo, viabilizou: o Orçamento de Estado de 2010 e 2011 e o Programa de Estabilidade e Crescimento I, II e III. O que é certo é que faltaram as grandes reformas que o país precisa, e estes programas não inverteram o sentido ascendente das taxas de juros e não evitaram os cortes no rating da República, não foi com a rejeição do PEC IV que as taxas de juro dispararam, elas já tinham um trajecto ascendente desde 2009.

O próprio Ministro das Finanças definiu o tecto de 7% para accionar a ajuda externa, no entanto essa marca foi rapidamente ultrapassada (Outubro de 2010) e o país viveu numa verdadeira esquizofrenia em que o governo desmentia a realidade e parecia habitar num país que estava maravilhoso e que obviamente não era o nosso.

Há muito que o país se financiava com taxas insuportáveis, que mais tarde iriamos ter que pagar. Além de que os Bancos nacionais já eram os principais financiadores do estado, e estes, fruto de cortes no próprio e no rating (má imagem) do país, já só se financiavam no Banco Central Europeu. As dificuldades de financiamento além de provocarem problemas de liquidez no Estado, também abrandam o investimento de toda a economia.

O FMI não é o problema nem a solução, a “ajuda” do FMI é uma necessidade, só peca por tardia, arrastar estas dificuldades de financiamento foi mais um dos actos de irresponsabilidade do governo socialista.

As medidas serão duras, não há dúvida: corte nos salários, corte nas pensões mais elevadas, congelamento de pensões mais pequenas, aumento de impostos etc.

Neste âmbito, será necessário um governo estável e maioritário para que as medidas passem também por reformas estruturais como a eliminação de alguns cargos públicos, institutos e fundações, pela privatização de empresas que esbanjam recursos e que podem ter alternativas mais eficientes no sector privado etc, e que evitem assim o recurso exagerado ao corte nos rendimentos dos portugueses.

É sabido que medidas de austeridade só acentuam a recessão, mas a alternativa é ficar sem financiamento e levar o país para a “bancarrota”. Torna-se assim necessário que o pacote de medidas a acertar com o FMI, com a Comissão Europeia e com o BCE contenha também medidas de relançamento da economia e que haja finalmente um PEC também direccionado para o crescimento.

Há que sublinhar também que a “ajuda” do FMI contém taxas de juro de cerca de 4%, e que o fundo de resgate europeu inclui taxas de cerca de 5%, ou seja, os nossos parceiros europeus cobram um juro superior ao FMI; até nisso o 1ºMinistro português falhou, não exercendo devidamente influência sobre os seus congéneres europeus.

O próximo governo terá a missão de recuperar a confiança dos mercados que nos financiam e também devolver a esperança a todos nós: aplicando reformas, falando verdade e não escondendo a realidade aos financiadores e aos portugueses.

A mudança é solução e é essencial porque como dizia a ex-1ª Ministra britânica, Margaret Tatcher: “O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.”. E parece que esse já acabou…


Fornos de Algodres, 11 de Abril de 2011

A Comissão Política de Secção da Juventude Social Democrata de Fornos de Algodres



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Portagens na A25 é «machadada» para o interior

Portagens na A25 é «machadada» para o interior







José Miranda denuncia contradições do Governo na aplicação de portagens
José Miranda denuncia contradições do Governo na aplicação de portagens
O presidente da Câmara Municipal de Fornos de Algodres considera que a introdução de portagens na auto-estrada A25 (Aveiro/Vilar Formoso) constitui uma «machadada» para o interior do país. «É mais uma machadada para o interior, feita por quem tem sempre na boca o interior», afirmou, em declarações à Lusa, o autarca José Miranda (PSD). Acrescentou que a medida do Governo «vai penalizar ainda mais o interior do país», alegando que «vive-se um clima de recessão económica e qualquer imposto adicional às despesas de qualquer cidadão» vem agudizar a situação. «Numa zona do interior como a nossa, os ordenados são mais baixos e há menos emprego», apontou o autarca, para salientar que o pagamento de portagens originará dificuldades económicas a quem utiliza aquela autoestrada que foi construída em regime de SCUT (Sem Custos para o Utilizador). Exemplificou dizendo que a Câmara Municipal a que preside possui cerca de vinte funcionários que residem em Viseu e utilizam diariamente a auto-estrada A25. José Miranda também está contra as portagens naquela via que serve o seu concelho, integrado no distrito da Guarda, por verificar que a construção da A25 «foi um alargamento» do antigo IP5, denunciando que «os custos que o Estado teve com ela são completamente diferentes daqueles que teve com as auto-estradas construídas de raiz». Por outro lado, diz não compreender que o custo por quilómetro seja, pelas indicações que possui, «dos mais caros que existe em Portugal», situação que considera «incompreensível». «Em vez de haver uma discriminação positiva para regiões onde há dificuldades para as pessoas viverem», o Governo aumenta essas dificuldades com a introdução de portagens, declarou. O autarca de Fornos de Algodres disse que a aplicação de portagens na A25, a partir de 15 de abril, é «um facto consumado», não restando outra alternativa a não ser «a indignação, por o PS sempre ser um partido contra as portagens». Referiu que o primeiro-ministro «está em contradição» nesta matéria, porque em campanha eleitoral disse que aquela auto-estrada «nunca teria portagens».


in Porta da Estrela