sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Moção “contra a introdução de portagens na A25”

Realizou-se hoje a reunião da Assembleia Municipal de Fornos de Algodres, tendo a bancada do PSD apresentado a moção que abaixo se reproduz e que contou com os votos favoráveis das bacadas do PSD e do CDS, tendo-se registado da parte da bancada do PS 1 abstenção e 7 votos contra.

Moção "contra a introdução de portagens na A25"

Provavelmente, hoje tem lugar a última reunião da Assembleia Municipal de Fornos de Algodres ainda sem portagens na principal via de acesso ao nosso concelho: a “A25”.

Foi no passado dia 22 de Setembro que o Governo, através da publicação de uma resolução do Conselho de Ministros, deliberou “adoptar o princípio da universalidade na implementação do regime de cobrança de taxas de portagem em todas as auto-estradas sem custos para o utilizador… até 15 de Abril de 2011, nos termos de diploma legal a aprovar.”

Com esta resolução, o Governo rasga mais uma das suas promessas eleitorais, e prejudica, mais uma vez, as populações das zonas mais desfavorecidas do interior.

De facto, o modelo das SCUTS – as apelidadas “auto-estradas grátis” – revelou-se um desastre financeiro para o país e, agora, a consequência é desastrosa: como estas estradas foram construídas sobre o traçado dos anteriores itinerários principais, as populações do interior vêem-se agora numa situação em que não terão alternativa senão pagar as taxas exigidas pelo Governo para fazer um percurso pelo qual, durante anos, não tiveram de despender um cêntimo. As pessoas e, sobretudo, as empresas foram tomando as suas decisões de vida e de investimento de acordo com a ideia que durante anos lhes foi vendida e que, ao fim de vários anos, se revelou mais um logro.

Será que o Governo pensou nas consequências que esta medida terá para a criação de emprego e fixação de população no interior? Como poderão as famílias que necessitam de se deslocar diariamente para o seu local de trabalho utilizando estas vias suportar, depois do corte nos salários, depois de sucessivos aumentos de impostos, depois dos aumentos na saúde, nos medicamentos, depois do corte em todas as prestações sociais, mais um golpe no seu orçamento familiar?

E para as Câmaras? Não houve um único ano desde 2005 sem que os municípios vissem o seu orçamento negativamente afectado por medidas do Governo. A única excepção foi no ano anterior às últimas legislativas em que o Governo aumentou as transferências para os municípios em 2,9% para, logo após as eleições, as cortar em 5%. Com a introdução de portagens, as Câmaras não terão capacidade de suportar o custo de manutenção das estradas municipais que sofrerão as consequências de um acréscimo de tráfego para o qual não foram projectadas.

E porque têm de ser sempre os mesmos a suportar o equilíbrio das contas públicas? Porque não faz o Governo o seu trabalho de casa reduzindo a despesa? É a receita das SCUTS que o Governo precisa para colmatar o aumento de despesa em 0,9% que, apesar dos cortes nos salários, se verificou em Janeiro de 2011? A despesa pública corrente primária aumentou entre 2007 e 2010 em mais de 10 mil milhões de euros!!! Não podemos aceitar que tenham de ser sempre os mais desfavorecidos a pagar por toda esta incompetência!

Por outro lado, o princípio da universalidade referido na resolução supra citada apenas seria justo se aplicado à CP, metro de Lisboa, metro do Porto, Carris e outras empresas do sector público que, ano após anos, apresentam défices escandalosos.

Assim, suportada pelos argumentos acima referidos, a Assembleia Municipal de Fornos de Algodres, reunida em sessão ordinária no dia 25 de Fevereiro de 2011, delibera:

1. Exigir do Governo a não introdução de portagens na A25 de forma a não prejudicar ainda mais as populações já tão sacrificadas do interior.

Fornos de Algodres, 25 de Fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Até Quando?

15 anos e cerca de 133 dias depois do Professor Cavaco Silva ter concluído o seu terceiro mandato (segundo completo), como 1ºMinistro de Portugal, o balanço não poderia ser pior. Portugal teve governos socialistas durante 12 desses 15 anos, com António Guterres que abandonou o seu segundo mandato afirmando que o país se encontrava num “pântano” e, com José Sócrates o 1ºministro das muitas promessas incumpríveis, o 1ºministro com o maior défice das contas públicas de sempre, o 1ºMinistro com o passado e o presente mais dúbio.

O resultado desta “era” não poderia ser mais claro: 25% de jovens desempregados, contas públicas descontroladas (SNS, educação e segurança social com buracos orçamentais assustadores), uma dívida externa elevada com juros insuportáveis etc. E para quê? O crescimento económico é irrisório e o nível de vida continua a ser incomparavelmente baixo em relação aos parceiros europeus. Mas, mesmo assim, sejamos realistas, vivemos acima das nossas possibilidades. Outros problemas (e porventura os mais graves) que o socialismo nos deixa são alguns hábitos que só nos prejudicam, adquirimos o hábito de pensar que tudo é de “borla” e de que tudo nos é devido e o hábito de depender do Estado indefinidamente. Tudo se resume a uma famosa frase da ex-1ª Ministra Britânica Margaret Thatcher: “o socialismo dura até se acabar o dinheiro dos outros. A “torneira” fechou, e agora?

Agora, o governo corta nos salários, aumenta os impostos, corta nas bolsas, alarga as taxas moderadoras, corta nos apoios sociais, aplica reformas curriculares atirando mais professores no Desemprego… (Afinal quem tem a tão temida “agenda neo-liberal”? Afinal quem destrói o tão defendido Estado Social?). Aplicando estes cortes à população portuguesa, qual o exemplo que o governo e o PS nos dão? Renovam a frota de automóveis, adquirem blindados para uma cimeira que só chegam depois, recusam reduzir o nº de deputados, entre outros exemplos.

Reduzir o nº de deputados ou acabar com os Governos Civis é uma “chatice”, já que são menos uns “tachos” para os “boys socialistas”, que acusam de ser mais uma tirada de demagogia e populismo. Sim, porque todos conhecemos todos os deputados que supostamente nos representam (!?), sim porque todos eles conhecem a realidade dos distritos que representam (!?) (ora veja-se o caso do líder parlamentar socialista, eleito pelo nosso distrito e oriundo do distrito do Porto. Quantas vezes intercedeu pelo distrito? Quantas vezes visitou o distrito sem ser em campanha?). Todos eles intervêm sistematicamente no plenário(!?)… CLARO QUE NÃO!!!

As trapalhadas e as medidas ridículas sucedem-se:

. Milhares de pessoas foram impedidas de exercer o direito de voto, por falta de competência do Ministério da Administração Interna, e ainda em relação às eleições segundo o Ministério existem quase 10milhões de eleitores inscritos, por outro lado segundo o Tribunal Constitucional existem pouco mais de 9milhões de eleitores, a que se deve esta clara diferença?

.Agora, os recém-nascidos são obrigados a ter Número de contribuinte, esta medida define claramente o futuro da nova geração: PAGAR… PAGAR… PAGAR…

.Os idosos são obrigados a efectuarem a declaração de IRS pela Internet, ora temos um país super moderno, qualquer dia até os sem-abrigo vão ter direito a um Magalhães, talvez ponham os professores que ficarão desempregados a dar aulas de informática, talvez…

E enquanto isto, uma vereadora da Câmara Municipal de Lisboa tem um assessor sem formação superior que aufere um salário de quase 4000€ mensais, e que recusa devolver à Segurança Social 41000€ auferidos indevidamente para criar o seu próprio posto de trabalho, quando já “trabalhava” na Câmara de Lisboa.

Até quando continuarão impunes?

Até quando o país viverá mergulhado na fantasia, enquanto a realidade é bem dura?

Até quando?

Cumprimentos,

O Secretário-geral da CPS da JSD de Fornos de Algodres

André Braga