sábado, 16 de outubro de 2010

O Serviço Nacional de Saúde – pelo fim do estado social as lágrimas de crocodilo do PS (e da JS)

Após a inserção pelo PSD do tema da revisão constitucional no debate político, logo surgiu o PS (e a JS, como sempre, por arrasto) a tentar cavalgar mais uma hipótese de desviar a atenção das pessoas dos “sucessos” da governação PS. E o pior, embora não seja novidade, é que o fazem com uma tremenda desonestidade política e com uma desavergonhada incoerência.

Entre tantas propostas apresentadas pelo PSD (sim, o PSD apresenta propostas sérias quando é oposição, por muito estranho que isto soe aos socialistas), o PS escolheu canalizar o debate público na pretensa defesa do estado social como se fosse o PS a querer defendê-lo e o PSD, qual “bando de malfeitores”, a querer eliminá-lo.

A verdade é que o PSD não recebe do PS lições sobre defesa do estado social. Foi em governos PSD – recordem os governos de Sá Carneiro e Cavaco Silva – que os direitos sociais dos portugueses conheceram grandes desenvolvimentos: a criação de uma classe média com rendimentos mais adequados, a melhoria da qualidade de vida, o 13º mês para os reformados, já para não falar na responsabilidade no equilíbrio das contas públicas e nos efeitos a médio prazo que isso tem na sustentabilidade destas e outras obrigações do estado.

Aquilo que o PSD defende é, em primeiro lugar, a protecção de quem tem realmente e comprovadamente de ser protegido, racionalizando os subsídios e estimulando o trabalho e a geração de riqueza; em segundo lugar, que quem tem rendimentos mais elevados, possa pagar alguns serviços públicos, de forma a tornar possível a sua gratuitidade para os que não podem, de facto pagar, ou será mais justo o actual estado de coisas em que toda a gente, independentemente do seu rendimento, pague a mesma taxa moderadora (até nas taxas moderadoras pagas nas cirurgias e internamentos criadas pelo governo do PS); em terceiro lugar, o PSD defende que cada cidadão tenha a liberdade de escolher quais os serviços de saúde ou educação de que queira usufruir, e não tenha de ser o estado a dizer-lhe o que fazer sob ameaça de perder o seu apoio.

O projecto de revisão constitucional do PSD diz, de forma a não deixar quaisquer dúvidas – embora os socialistas propositadamente o omitam – que, quanto à educação e à saúde, não

pode “em caso algum, o acesso ser recusado por insuficiência de meios económicos”.

No actual sistema, a gratuitidade é ilusória. Na verdade, no total de despesas no consumo das famílias Portuguesas, em média, 8% é destinado a saúde, a taxa mais alta da Europa. Então, se o Serviço Nacional de Saúde é Gratuito ou tendencialmente gratuito porque são os Portugueses os que mais dinheiro gastam em saúde? E, se a preocupação do PS e da JS é tão genuína, porque são eles a aumentarem de forma insuportável o custo dos medicamentos, fazendo o maior corte nas comparticipações dos medicamentos de que há memória? Ao actual Governo aplica-se bem o dito popular “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço…”.

Os socialistas, em vez de defenderem o estado social apenas da boca para fora, deveriam começar por: não escorraçar os estudantes desfavorecidos do ensino superior (ainda ninguém sabe se vai ter bolsa para o ano lectivo que já começou!) cortando nos apoios sociais; fazer alguma coisa contra o desemprego jovem (que atinge o número recorde de 22,2% entre os jovens com menos de 25 anos); não cativar 20% das transferências para o ensino superior depois de assinar um contrato de confiança com as instituições, etc, etc, etc…

O PSD defende que bens sociais tão importantes como a Educação e a Saúde sejam universais e gerais. O Estado deve garantir a todos os Portugueses o acesso a uma saúde e a um ensino de qualidade. Esses serviços poderão pertencer à rede estatal, social, cooperativa ou privada, mas serão sempre inseridas numa rede de serviço público. Nesta rede, os cidadãos terão liberdade de escolher o serviço que melhor se adapta às suas necessidades ou especificidades.

1 comentário:

  1. Caros Amigos:

    Se ha coisa com que sempre discordei e com essa da "universalidade de direitos" seja na saude seja na educacao seja em qualquer area!
    Como todos sabemos nada neste nosso mundo e de graca, pois de uma forma ou outra, tudo tem que ser pago.
    E por isso que estou convicto que tendo que se fazer escolhas porque o dinheiro nao cai do ceu, e isso creio que sabemos todos, nem na saude nem na educacao devemos reger-nos por normas rigidas de que ou e de graca para todos ou nada.
    Se e certo que os que tem menos, tem devem ser os que mais ajudados, para os outros e isto devia ser por escaloes, devia ser feita uma comparticipacao de acordo com o que cada um aufere.
    Ao mesmo tempo e indo ainda nesta area, os que realmente sao necessitados embora devessem ser ajudados, nunca essa ajuda devia ser dada, sem haver uma comparticipacao dessas familias em prol da comunidade. Entao com politicas sociais e ajudas, haver um esforco por parte deles e da comunidade, para que possam sair da pobreza.

    Mas parece-me que nao tem sido para ai que se tem virado, os ultimos governantes do nosso pais!

    Um abraco dalgodrense.

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